quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O que sentimos com a morte de pessoas amadas...

O que sentimos com a morte de quem amamos no dia a dia da vida.

Todos nós um dia chegamos num ponto que nos sentimos sozinhos no mundo...
Mesmo tendo consciência que Jeová Deus está sempre conosco e que somente ele não nos abandonará jamais. Somos carne e fracos...

Faleceu minha mãe, amigos(as) amadas(os), meu único filho e agora vai meu pai...

A sensação é de um vazio sem fim. O meu coração está sangrando. A dor parece ser palpável, eu a sinto...

Estou sem rumo, desnorteada, entristecida, cabisbaixa e amortecida, mortificada por dentro.

A minha vontade é de ficar só, sem ouvir barulho de nada, de pessoas, de carros, de músicas, de televisão. Ficar num silêncio e numa paz interior que neste momento não consigo encontrar. Mas estou á procura dela, independente do tamanho da dor.

Ah! se existisse um paraíso aqui na Terra há onde eu pudesse me refugiar e me entregar ao meu sofrimento, ao meu luto merecido.

Sem ter de camuflar os meus sentimentos, sem ter que ficar culpada de demonstrar para as pessoas que estou machucada.

Quase todas as pessoas que me cercam acham que se eu chorar, que se eu mostrar a minha saudade, que se eu olhar as fotos daqueles que se foram é errado e eles evitam os meus desabafos. Com isto, acham que me ajudam...como estão errados...

Não os entendo e me calo cada vez mais em mim mesma, aumentando a minha dor, a minha solidão... Estou em meio a uma multidão e ao mesmo tempo estou só...

Sinto que todos que verdadeiramente me amavam incondicionalmente foram levados por Deus e sinto-me insegura, temerosa do futuro, já é tão difícil viver sem o amor deles. Ainda tenho de me mostrar forte, equilibrada, não é fácil...

Minha mãe: ela foi e de certa forma ainda é uma luz no meu viver e isto me impulsiona a continuar, ainda tinha o meu filho para educar, o meu pai para auxiliá-lo...  Fiquei órfã de mãe, mas ganhei uma Madrasta, que aprendi a amá-la. Com a ida da mamãe se foi um pedacinho de mim...

Minhas amigas e meus amigos que se foram: deixaram um vazio enorme, pois amigos também são para sempre, restou a saudade, mas encontrei outros amigos(as) e assim a vida continua o seu rumo... Com eles se foram mais um pedacinho de mim...


Meu filho: Ah! esta dor não tem explicação, só restou o desespero. Morri junto com o único filho amado e no instante da morte dele renasci novamente, mas a lembrança dele, me faz persistir e arrumar forças, não sei da onde para vencer e recomeçar todas as atividades que havia um dia parado. Ele nunca morrerá, estará sempre em mim...

Meu papai: É mais um pouquinho da luz que se vai, junto com a luz da mamãe...Agora, sou órfã de pai e mãe.

Mas uma certeza eu tenho na minha vida:
Tudo passa, tudo se renova;
Ficam as marcas, as cicatrizes, mas o ferimento se fecha.
Ficam a saudade;
Ficam a tristeza;
Ficam a dor;
Mas ainda bem que depois de toda noite, vem um novo dia...depois do choro, vem o sorriso, depois da desesperança, vem a esperança...pois o sol brilha todas as manhãs para me iluminar. Então vale á pena continuar e tentar viver bem, ajudar o máximo de pessoas que eu encontrar pela frente, sem pedir nada em troca.
Só assim vou honrar os meus entes amados que se foram e ainda vão para os braços do pai. Continuo a glorificar a Deus Jeová, independente do sofrimento. Com Jesus tudo passa mais fácil... Anny